O que é o precariado?
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O estouro da boiada bolsonarista em ataque à democracia brasileira
Janeiro 9, 2023Celebramos os 78 anos de seu nascimento.
No dia 06 de janeiro de 1945 nascia no Paraguai Soledad Barrett Viedma. Filha de pais comunistas e militantes de luta, neta de escritor anarquista, que viveu e militou boa parte de sua vida no Paraguai.
Seu nome foi escolhido por conta da ausência de seu pai no seu nascimento, sequestrado por um grupo miliciano. Seus irmãos também estavam envolvidos com a luta política desde a adolescência, no movimento estudantil, e também sofreram prisões e perseguições.
Como militante, seu codinome era “SOL”, e isso transparecia em seu sorriso e olhar, assim como na desenvoltura quando militava no movimento estudantil e se dedicava às atividades artísticas como bailarina folclórica. Perseguida, sequestrada e machucada, decidiu ir à Cuba, onde conheceu o cearense José Maria Ferreira de Araújo, militante da VPR exilado na ilha.
Casaram-se em 1968 e em abril de 1969 tiveram uma filha, Ñasaindy de Araújo Barret. Soledad e José Maria foram assassinados pela repressão no Brasil. Ele em 1970, em São Paulo, depois de ser preso e torturado. Soledad Barrett em 1973, no Recife, delatada pelo companheiro, o militante infiltrado Cabo Anselmo.
Ñasaindy convive com Soledad menos de dois anos. Viveu com sua outra mãe, Damaris Oliveira Lucena, em Cuba, até pouco depois da Lei da Anistia no Brasil (1979), a quem Soledad confiou a segurança de sua filha.
“Lembrar o nascimento de Soledad é recordar e valorizar pessoas que empenharam a vida na luta por transformações sociais fundamentais que garantam direitos à vida em condições e oportunidades iguais a todos. É lembrar que é preciso se opor e resistir à ditadura e ditadores, ao despotismo e tiranos, às necropolíticas neoliberais. Lembrar Soledad hoje é também lembrar o seu assassinato cruel pela força repressora do Estado quando ele não está orientado à construção de um bem viver em sociedade, democraticamente, com respeito às diferenças e fundamentado em direitos humanos, e constituições que trabalhem por eles”, declara Ñasaindy.
A filha de Soledad ainda comenta sobre a esperança de uma retomada nos trabalhos das Comissões de Anistia e de Mortos e Desaparecidos, o que seria simbólico neste aniversário de 78 anos, além da “punição dos torturadores, estupradores e assassinos que seguiram suas vidas impunemente, possibilitando a manutenção e o crescimento de pensamentos e posturas fascistas, com os quais hoje temos que lidar e sofrer com consequências gravíssimas por terem chegado ao máximo poder no último governo.”
Ñasaindy encerra com a seguinte frase: “precisamos seguir construindo Memória, Verdade e Justiça! Soledad Presente!”
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