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GUERRA CULTURAL: LEI ROAUNET E MINISTÉRIO DA CULTURA COMO FORMAS DE ATAQUES AOS ARTISTAS
Maio 13, 2021
Em tempos de pandemia, a ordem é reinventar-se para esperançar e resistir
Maio 21, 2021País já soma mais de 15 milhões de infectados pela doença, ultrapassando os 440 mil mortos; entre eles, muitos artistas que a cultura brasileira perdeu em decorrência da pandemia
Por Verussa Ribeiro
Estamos perdendo gênios! Sim, gênios, porque são pessoas que atingiram um grau de alta qualidade em tudo o que já se propôs a fazer. Entre esses, está o ator Paulo Gustavo. Um gênio do teatro, do humor e da originalidade.
A trágica morte de Paulo comoveu o Brasil e nos fez sentir um sentimento de inconformismo, um pensamento de que “poderia ter sido evitado” e nos trouxe reflexões acerca do que estamos passando.
Assim como a maioria dos brasileiros, Paulo aguardava sua vacina contra a Covid-19, isso abriu precedentes para a discussão sobre a omissão do Governo Federal, principalmente do presidente Jair Bolsonaro, de não ter buscado a tempo condições necessárias para que essas vacinas tivessem sido adquiridas antes.
Infelizmente, a política de enfrentamento contra a Covid-19 feita pelo Governo federal foi abaixo das nossas expectativas e contribuiu com os milhões de casos da doença no Brasil e com o falecimento de mais de 400 mil brasileiros.
Indignação: Cadê as vacinas?
Diante da falta de vacinas e de prevenção, os artistas têm resistido através das redes sociais, como uma maneira de serem ouvidos. Em sua maioria, o reclame pelas novas doses de vacina foi geral, um alerta de que somente a vacina salva.
Infelizmente, na mesma semana em que Paulo Gustavo nos deixou, perdemos também Aldir Blanc, um dos maiores compositores brasileiros de todos os tempos. Aldir nos deixa com a beleza de suas obras peculiares, tanto pensou como escreveu e compôs e se eternizou na cultura brasileira. Ele foi mais uma vítima do coronavírus.
Aqui morre-se de omissão, negligência e mal exemplo vindo do alto escalão da política brasileira. Nessa mesma semana acompanhamos a CPI da Covid e todas as barbaridades que foram declaradas, até que nos deparamos com a realidade cruel: as vacinas foram oferecidas e recusadas, poderíamos já estar todos vacinados? Poderíamos ter evitado tantas mortes?
Cassiano, compositor de “Primavera” de Tim Maia, também nos deixou. Assim como Aguinaldo Timóteo, Izael Caldeira do Demônios da Garoa, o grande Ubirany, um dos fundadores do Fundo de Quintal, Paulinho do Roupa Nova, Gésio Amadeu, nosso querido “chefe Chico” em Chiquititas, a querida Nicette Bruno e Eduardo Galvão. São apenas alguns artistas que nos deixaram acometidos pela Covid-19.
Apesar de você, presidente, temos culpa?
Não somente o governo federal foi responsável pelo estado atual que estamos vivendo, nós temos uma parcela de culpa. Muitos foram à bares, festas, restaurante, praias. Muitos se aglomeraram às escondidas. Muitos se recusaram a usar máscaras. Muitos visitaram idosos sem os cuidados necessários, e foi esse caso que contaminou Nicette Bruno, por exemplo.
Alguns negaram informações valiosas pelo simples motivo que contrariava a própria conveniência, colocaram vendas nos olhos e tampões nos ouvidos. Não quiseram ou ousaram entender o que realmente está acontecendo. Será que, também, temos culpa?
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