Ainda estou aqui é indicado como melhor filme para o Oscar 2025

O cinema brasileiro e a sociedade estão eufóricos nesta quinta-feira (23) com a indicação do filme “Ainda Estou Aqui”, do diretor Walter Salles, a três categorias do Oscar. A obra foi indicada como Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz, para Fernanda Torres. A cerimônia do Oscar acontecerá no dia 2 de março.

Baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, também autor de “Feliz Ano Velho”, “Ainda Estou Aqui” narra a luta de Eunice Paiva (Fernanda Torres) e sua família, impactados pelo golpe militar de 1964, que cassou o então deputado Rubens Paiva (Selton Mello) por meio do Ato Institucional nº 1 (AI-1). A cassação ocorreu devido à participação de Paiva na CPI do IPES/IBAD.

No período que antecedeu o golpe de 1964, surgiram três institutos que apoiavam candidatos conservadores: o IPES (Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais), a ADEP (Ação Democrática Parlamentar) e o IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática). Em 1963, foi instaurada uma CPI para apurar doações financeiras realizadas pelo IBAD e pelo IPES. Sob a presidência de Ulysses Guimarães, a comissão revelou a participação de empresas multinacionais como Texaco, Esso, Coca-Cola, Bayer e IBM.

Após sua cassação, Rubens Paiva manteve contato com familiares de exilados políticos. Por conta disso, sua casa foi invadida, ele foi preso e desapareceu. Em 1971, Eunice e sua filha, Eliana (interpretada por Luiza Kosovski), também foram presas. Eunice tornou-se uma ativista em defesa dos direitos humanos e dos povos indígenas.

O filme estreou no dia 1º de setembro de 2024 no Festival de Veneza, onde foi aclamado pela crítica. “Ainda Estou Aqui” também foi indicado ao Globo de Ouro, com Fernanda Torres vencendo na categoria de Melhor Atriz em Filme de Drama.

Reações nas redes sociais
Após a vitória no Globo de Ouro, as redes sociais foram tomadas por manifestações de orgulho pela conquista brasileira em um festival internacional de cinema. Críticos, atores, diretores e produtores de conteúdo celebraram o feito, destacando a força da indústria cinematográfica nacional.

Entretanto, grupos bolsonaristas usaram as redes sociais para atacar a produção, propagando fake news de que o filme teria sido financiado pela Lei Rouanet, quando, na verdade, trata-se de uma produção privada. Até o ex-presidente Jair Bolsonaro se manifestou, tentando minimizar a importância do feito e influenciar seus seguidores a não aderirem à celebração nacional.

Em contrapartida, o presidente Lula comemorou a vitória, acompanhado por diversos políticos e personalidades públicas.