Fortes chuvas em SP: os desafios de voltar pra casa

As recorrentes chuvas na cidade de São Paulo escancaram o descaso com trabalhadores, principais usuários de transportes públicos

Nos últimos dias, as fortes chuvas que assolaram a capital paulista chamaram mais atenção para o descaso com os trabalhadores que utilizam o sistema de transporte público. Além dos metrôs lotados, os paulistanos que utilizam esse sistema de transporte se depararam com estações inundadas.

As imagens que circulam nas redes sociais mostram que usuários que esperavam metrôs, tiveram que se segurar ou, até mesmo, subir em corrimões e outros objetos para não serem carregados pela correnteza.

Em entrevista para o Diário do Transporte SP, (blog paulista de informações), funcionários metroviários relataram momentos de angustia em meio aos cenários de enchentes. “Pensei na minha família, me senti acuado, com medo. Mas vi uma senhora de idade e fui amparar. A direcionei para um local mais seguro. Depois não a vi mais.”, contou um agente.

O Sindicato dos Metroviários se manifestou em publicações por meio das redes sociais. “Cenário de destruição do Metrô de SP… fruto da privatização de Tarcísio (de Freitas, Governador do Estado), do abandono da manutenção preventiva do sistema de drenagem nas estações e aumento da terceirização.”

No entanto, a chuva e os problemas diários de superlotação nos metrôs, não são os únicos percalços dos trabalhadores. A falta de ar-condicionado em toda a frota de ônibus é outro sufoco enfrentado pelos usuários que, além disso, ainda sofrem com a diminuição de frota ao passar dos anos.

O aumento da passagem nos ônibus, metrôs e trens, para R$5,00 e R$5,20, respectivamente, anunciado pela prefeitura paulistana e Governo do Estado, mexe ainda no bolso dos trabalhadores, que não recebem o retorno merecido da gestão, que seriam melhorias nos transportes.

Segundo a Defesa Civil (DC) de São Paulo, as chuvas de verão paulistanas já deixaram mais de 17 óbitos. Apenas no temporal da última sexta-feira, 24, a DC registrou cerca de 3 vítimas.

‌Por Jonathan Sales, estágiario de jornalismo na Metamorfose Comunicação.

Revisão:  Verussa Ribeiro