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Fevereiro 4, 2025Milton Nascimento é um dos maiores nomes da música brasileira e reconhecido mundialmente. Indicado ao Grammy 2025 na categoria Melhor Álbum Vocal de Jazz com o álbum Milton + Esperanza, Bituca, com seus 82 anos, viajou para Los Angeles para se fazer presente na premiação.
O álbum é fruto de sua colaboração com a talentosa Esperanza Spalding. Contudo, os organizadores da premiação fizeram uma lastimável escolha: barrar esse grandioso artista em vez de lhe oferecer um lugar à mesa onde se encontravam os artistas indicados, denominadas de “A list” ou em qualquer outra mesa com convidados. Isso tem gerado comoção nas redes sociais.
Esperanza criticou a organização e deixou claro que não é questão de vencer ou perder a estatueta, se tratava de respeito com Milton. “Não é uma questão de quem venceu o Grammy. Estamos celebrando a gloriosa vitória da Samara Joy. Estou falando de um assento real, aqui nesta mesa em que eu estou”, afirmou, com um protesto simbólico: ela levou uma placa com a foto de Milton, na qual se lia: “Essa lenda viva deveria estar sentada aqui!”
O álbum Milton + Esperanza, lançado em 2023, é um projeto que combina os clássicos do repertório dele com novas composições de Esperanza, além de participações de renomados artistas, como Dianne Reeves, Lianne La Havas e Paul Simon.
Essa exclusão de Bituca, um artista de um legado imenso, é incompreensível. Até porque a sua história em relação ao Grammy tem relevância. Em 1998, conquistou um Grammy na categoria Melhor Álbum de World Music por seu disco Nascimento (1997), que trazia faixas como “E Agora, Rapaz?” e “Levantados do Chão”. Além disso, Milton já foi indicado ao Grammy em outras ocasiões, incluindo 1992, 1995 e 2002, consolidando sua relevância no cenário musical global. Ele, que tinha como um de seus melhores amigos o produtor Quincy Jones, também colaborou com músicos como Wayne Shorter e Herbie Hancock.
Diante do pouco aqui relatado sobre nossa lenda, não apenas da música brasileira mas, mundial, só atestamos no quanto sua contribuição pra cultura musical é incontestável, e sua trajetória inclui momentos históricos, como sua gravação com Wayne Shorter no álbum Native Dancer (1975), que levou a música brasileira a novos horizontes.
Sua ausência na cerimônia do Grammy de 2025, sem uma explicação plausível, soa como um erro gritante. Até o momento, ninguém da direção da premiação se manifestou sobre o ocorrido, o que só aumenta a sensação de desrespeito e descaso com Bituca.
Mas, no final, o que realmente importa é que nem o que o Grammy ou o que qualquer outra instituição que seja, chegue a fazer, não mudará toda grandeza do que é o artista Milton Nascimento, nem premiações ou nem quaisquer que seja o assento, pois o seu legado permanecerá intacto. E, por mais que surjam milhares de artistas neste mundo, nunca conseguirão a grandeza de Bituca.
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