Os desafios para a distribuição da vacina contra a Covid-19

Previsão de vacinação para os trabalhadores em geral seguiu incerta durante todo processo de imunização

 Escrito por Verussa Ribeiro – Arte de Raphaela Façanha

Embora a vacinação tenha dado um salto significativo no papel de imunização, a demora para vacinar os trabalhadores da linha de frente permanece. Não apenas trabalhadores da saúde, mas motoristas de ônibus, farmacêuticos, professores, bancários e os que trabalham em supermercados.

A imunização é parte essencial dos programas de controle de infecção no setor saúde, pois assegura a redução dos riscos de doenças e do número de indivíduos e profissionais em risco, diminuindo o processo arriscado de transmissão de doenças. Assim, o uso das vacinas é uma medida relevante e eficaz em saúde.

Apesar disso, segue complicada a priorização de qualquer um desses trabalhadores citados. Os trabalhadores da saúde fora os primeiros a serem vacinados junto aos idosos, porém, muitos não receberam em tempo hábil a primeira dose. Tendo sidos vacinados já no fim da segunda onda da covid-19 no Brasil.

Nesse meio tempo, aqui no Ceará, presenciamos atos que pediam pela vacina como prioridade para muitas categorias de trabalhadores como: trabalhadores da segurança penitenciária que, lidando diariamente com detentos infectados, ficaram dois meses esperando a vacinação que deveria ser prioridade. Motoristas de ônibus, junto ao seu sindicato, fizeram vários atos de paralizações para chamar a atenção da exposição ao vírus do trabalhador, dentro do coletivo. Seguem na mesma situação o farmacêutico, o bancário e, principalmente, aqueles que, assim como profissionais da saúde, estão em risco iminente de contágio, que são os trabalhadores de supermercado. Tal qual os que exercem o papel de serviços gerais nos hospitais.

Questões importantes a serem resolvidas na distribuição das vacinas são: a velocidade, a variedade e o ineditismo de métodos e logística. As vacinas estão sendo desenvolvidas em diferentes modelos e países, cada uma gerando resposta imune diferente. Quatro das seis imunizações em estágio mais avançado, por exemplo, são fundamentadas em algo novo ou experimental, enquanto as outras duas são baseadas em plataformas tradicionais.

Com isso, os governos precisam sempre buscar definir estratégias e estruturas para cada fase de vacinação do seu estado. Por fim, a transparência e a visibilidade em tempo real ao longo do abastecimento e do processo de imunização da sociedade serão fundamentais para atender as demandas. Por isso, é importante o repasse de informações importantes sobre as futuras demandas das vacinas e seu encaminhamento.

O trabalhador segue na sua luta, ele precisa de reforço extra. Vacina sim!